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domingo, 4 de outubro de 2009

De Margarida à Hortensia.

Chão batido terra dura.
No espaço dizem ter um corpo,
que ainda pequenino foi ceifado pela vida.

Alguns dirão que foi desleixo
outros que engano médico
mas aquela menininha só tem uma certeza
que ali existe um corpo ainda bem pequeno.

No meio de tanta triteza sem direito a laje e nome
e sem direito a nada por mais estranho que pareça
ali está a MARGARIDA.



Flor miuda que dá no campo
e sem que ninguém plantasse
ali crescem margaridas
para enfeitar seu ultimo ninho.

A menina pequenina
como é de se esperar só levou no coração
as lindas margaridas que estavam a enfeitar
no seu sono que era o ultimo do menino já falado.

Virou moça e bonita,
mas sempre no coração um punhado de margaridas
para lhe chamar atenção:
cuidado minha menina,
a vida não vai ser fácil não
pois quem abandona um, abandona dois ou tres.

Certa de que teria que lutar muito na vida
para um dia deixar de querer ser apenas
uma margarida.

Dizia sempre a todos quando me derem flores
mande margaridas, para que eu não esqueça
nunca como minha vida foi sofrida
e também para não perder a minha
HUMILDADE.

Quer coisa mais bonita
do que a humildade de uma margarida?


O tempo foi se passando e conquistas foram chegando.
Formatura: margaridas
Noivado: margaridas
Casamento: margaridas
Uma filha, duas, tres
E vem margaridas outra vez.

Casa nova, margaridas,
casa velha, margaridas.
Começo a refletir: acho que vou mudar,
pois a tal da humildade já se instalou em meu coração.

Casa nova OUTRA VEZ?
Eu acho que agora posso ser hortênsias desta vez.

A você meu velho querido marido
dedico este texto,
pois foi você que permitiu
que eu fosse hortênsias com alma de margaridas.